quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Sem publicações
Estou escrevendo minha dissertação de mestrado e por isso mesmo não tem sobrado espaço para cuidar do blog.
Mas quando der voltarei à ativa.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
LOUCADEMIA DE POLÍCIA
Essa não poderia ficar de fora deste blog, que se destina aos fênomenos da linguagem, mas vamos abrir um parêntese para os fenômenos sociais. Veja só o que passaram esses turistas, ao visitar a Beira-mar, em Fortaleza.
O mais hilariante, é mesmo a reação da nossa valorosa polícia, sempre pronta para agir. rsrsrsrsrs
Como não poderia deixar de ser, o título deste post é um neologismo, que é o processo pelo qual o falante inventa novas palavras a partir de outras que já existem na língua.
Como diria um velho sábio chinês: "a tecnologia foi criada para solucionar os problemas que não tinhamos antes dela". - Que o diga o Felipe Massa.
domingo, 12 de outubro de 2008
God saves America
Depois, vem a língua. Ah... a língua... Já repararam como em inglês tudo fica ao contrário? Por exemplo, o almoço se chama lunch, o que para nós se tornou lanche mesmo, ou merenda, como se diz no Nordeste; e os adjetivos? Estes aparecem sempre antes do substantivo, tipo beautyfull girl - bonita garota, como se fosse mais importante, antes de tudo, dizer a qualidade, a quem ou a quê ela se refere não faz tanta diferença.
Mas, no meu modo de ver, o maior problema está na diferença entre 'puxar' e 'empurrar'. Em inglês, respectivamente, pull e push. Dá pra entender? Isso confunde qualquer um. Quem é que nunca foi a um estabelecimento, aqui no Brasil mesmo, que tenha apenas a inscrição 'push' na porta, e não ficou lá pagando aquele King Kong, puxando a maçaneta e a porta não abria.
Depois dizem que o português é difícil. Difícil é o inglês. Viva a língua portuguesa.
Os norte-americanos são complicadinhos mesmo, não é à toa que eles adoram entrar em crise com o resto do mundo.
YANKEES PUSH O BUSH DAÍ, NOW!!! rsrsrsrsrsrsrrs
AULA DE LEITURA
Clique no título deste post e veja porque 'O Todo Poderoso' escolheu este anjo para ser seu mensageiro.
Detalhe, hein, se você não clicar, 'o vendedor gago de bíblias', o maior fenômeno no ramo de vendas no Brasil - nem o Sílvio Santos o supera, irá aparecer em sua porta para te vender umas coisinhas. Não entendeu? Em outro post eu explico.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
PARADOXO
Você sabe o que é um paradoxo? Não? Então veja isso que você vai entender.
Aos 105 anos, virgem mais velha do mundo diz que sexo envelhece
Secretária aposentada diz que nunca teve 'tempo' de pensar em sexo.
Além de virgem, ela diz nunca ter tido um aparelho de televisão.
Do G1, em São Paulo
A aposentada Clara Meadmore, de 105 anos, diz que virgindade é segredo de longevidade. (Foto: AFP)
Aos 105 anos, a secretária aposentada Clara Meadmore se orgulha de ainda ter cabelo e de não precisar de dentadura.
Nascida em Glasgow, na Escócia, no início do século XX, ela acredita que o segredo da vida longa é nunca ter feito sexo. "Sexo envelhece", acredita.
"Tive várias amizades platônicas, mas nunca senti a vontade de ir mais longe, ou mesmo de casar", afirma Clara, que já viveu no Canadá e na Nova Zelândia, e há 40 anos mora na Cornualha, região sudoeste da Inglaterra.
Para ela, o sexo sempre foi algo "complicado", que atrapalharia sua vida. "Eu sempre estava ocupada fazendo outras coisas, e nunca tive tempo de pensar em sexo", explica.
"Quando eu era criança, só era possível fazer sexo com seu marido. E eu nunca me casei. Cresci em uma era na qual as crianças - principalmente do sexo feminino - não eram vistas e nem ouvidas pela sociedade, por isso tive que aprender por mim mesma a me defender e me sustentar", diz a ex-secretária, em entrevista ao diário britânico 'Telegraph'.
Além de nunca ter tido relações sexuais, Clara conta que nunca teve uma televisão, mas sempre foi "apaixonada" por ouvir rádio.
E olha a explicação dela pra deixar tal recado no carro:
"Eu coloquei as placas justamente para chamar a atenção. Estou apenas evitando o esforço do ladrão que vai roubar um carro que não sai do lugar", afirma.
Segundo a dona, um ladrão deixou dentro do carro uma nota de um real após desistir do roubo. (Se fosse eu o ladrão tinha deixado o e-mail do Luciano Huck pra ela mandar essa caixinha de fósforo pro 'lata velha'.)
Essa sim, é uma FIGURA DA LINGUAGEM.

"Erros grosseiros 1"
Professsor Luiz Antonio SACANA, quer dizer, Sacconi,
no livro Não Erre Mais
1) As casas só podem ser “geminadas”, pois a palavra é derivada de gêmeos. “Germinadas” nem pensar!
2) Ser “de menor” ou “de maior” são expressões comumente ouvidas em rodas de gente estudada, mas estão erradas. “O garoto preso é menor” ou “O rapaz parece uma criança, mas é maior”. Mais exemplos: “O delinqüente é menor de idade” ou “O preso é maior de idade”.
3) “O aluno repetiu o ano.” “A aluna passou o ano.”. Só os italianos que ainda falam mal o português dizem “repetir ou passar de ano”.
4) “O aluno fica para recuperação”, ele nunca “fica de recuperação”.
5) Meu aniversário caiu num domingo. Está errado falar “caiu de domingo”.
6) O filho saiu ao pai, esculpido e encarnado. “Cuspido e escarrado” é impossível.
7) “Saíram elas por elas” é a concordância correta. “Saiu elas por elas” fere os princípios gramaticais.
8) Atenção políticos e advogados da velha guarda. Tive a “subida honra” de saudar o presidente, nunca “a súbita honra”. “Subida” significa elevada; “súbita”, repentina.
9) Aos sábados, não trabalho. Está corretíssimo. Errado é falar ou escrever: De sábado, não trabalho.
10) O sujeito escapou ileso de um acidente de trânsito e comete um desatino, falando: “Faltei pouco para não morrer”. O sujeito da oração é “pouco”, e não “eu”, portanto a forma correta é “Faltou pouco para não morrer”.
11) Mandado de segurança.Os magistrados expedem mandados. Os políticos têm mandato.
12) Estou aguardando notícias. Nada de dizer “estou no aguardo de notícias”. Tal expressão não existe.
"Erros grosseiros 2"
Professsor Luiz Antonio SACANA, quer dizer, Sacconi,
no livro Não Erre Mais
1) “Apêndice supurado” ou “Apêndice estuporado” ? Supurado quer dizer convertido em “pus”.
2) Seu caderno é “espiral” ou “aspiral”? Lógico, espiral, pois o arame do caderno tem a forma da rosca de um parafuso. Quem diz “aspiral”, está dando vexame.
3) Estou quite com o Serviço Militar. Ou é “quites”? Se for uma pessoa só, ela está “quite”, porque “Os jovens estão quites com Serviço Militar”.
4) Neusa é médium/ Neusa é média? Neusa é médium, pois a palavra “médium” é usada para o homem quanto para a mulher, como ídolo, vítima, pessoa.
5) A mala estava leve ou leviana? A mala estava leve, pois uma mala só pode ter pouco peso. “Leviana” significa imprudente, irresponsável.
6) Fiquei fora de mim/Fiquei fora de si? “Fiquei” está na 1ª pessoa, portanto, “fora de mim”.
7) Dessas mulheres, só conheço algumas delas/ Dessas mulheres, só conheço umas par delas? A segunda, nem por brincadeira.
8) Vou trocar-me em dois minutos/Vou vestir-me ou trocar de roupa em dois minutos? Não se deve usar “trocar-se” por vestir-se ou trocar de roupa.
9) O motorista perdeu o controle do veículo/ O motorista perdeu a direção? Perder a direção é perder o rumo.
10) O paciente sentiu melhoras/O paciente sofreu melhoras? Se está sofrendo, então não melhorou.
11) Não saí porque estava chovendo/ Não saí por causa que estava chovendo? Indiscutível, a segunda forma tem apenas uso popular.
12) Ele já acordou/ Ele já se acordou? É impossível alguém se acordar.
13) Se ele não pode comprar isto, que dirá de mim/ Se ele não pode comprar isto, que dirá eu? Se o leitor achar pedante a primeira, que é a correta, use “muito menos eu” ou “quanto mais eu”.
14) Estou com pigarro/Estou com pigarra? Pigarra quem tem é galinha.
"Erros grosseiros 3"
Professsor Luiz Antonio SACANA, quer dizer, Sacconi,
no livro Não Erre Mais
1) Tenho menos sorte que você/ Tenho menas sorte que você? Não se diz nunca “menas”, tal palavra não existe.
2) Inimigo figadal/ inimigo fidagal? O fígado era, segundo os antigos, a sede da ira, do ódio.
3) O rapaz puxava de uma perna/ O rapaz puxava uma perna? Todos os que mancam, puxam de uma perna.
4) Luís é muito xereta/ Luís é muito xereto?
Os homens são também muito xeretas. “Xereto” não existe.
5) O pessoal não gostou do filme/ O pessoal não gostaram do filme? Pessoal exige o verbo no singular, assim como “turma” e outros substantivos coletivos.
6) Prova dos noves/ Prova dos nove? Todos nós dizemos noves fora, mas incompreensivelmente alguém fala “prova dos nove”. Os nomes de algarismos variam normalmente quando sustantivados.
7) Horas extras/ horas extra? Nesse caso, extra é um adjetivo (equivale a extraordinário), por isso varia de acordo com o substantivo.
8) Eu procurava um emprego que condissesse com meu nível cultural/ Eu procurava um emprego que condizesse com meu nível cultural? O pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo “dizer” é “dissesse”, portanto o certo é “condissesse”. Assim acontece com todos os outros verbos derivados de dizer.
9) Não poderíamos dizer isso perante ela/ Não poderíamos dizer isso perante a ela? “Perante” já é preposição, por isso não há a necessidade de outra, o “a”.
10) Não vou lá em hipótese nenhuma/ Não vou lá de hipótese nenhuma? Convém não dizer nem escrever isso em hipótese nenhuma.
Diferenças e influências à parte, a língua portuguesa continua sendo um fator de união no País. Anglicismos, galicismos, o "economês", o "informatiquês" e o linguajar dos guetos só servem para enriquecê-la ainda mais...
A língua falada no Brasil é, e deverá continuar sendo, o português, conforme dizem os lingüistas. Embora a afirmação pareça óbvia, responde a uma desconfiança, cada dia mais difundida entre as pessoas, de que o uso crescente do inglês, a emergência das falas cifradas dos "guetos" (como nos morros cariocas e grupos afros da Bahia), ou mesmo a linguagem seletiva adotada pela mídia poderiam, de alguma forma, desfigurar nosso idioma.
Para que uma transformação dessa natureza ocorresse, seria necessário bem mais do que a introdução de novas palavras e vocabulários, afirma o lingüista Luís Antônio Marcushi, da Universidade Federal de Pernambuco: "Além das modificações no campo do vocabulário, uma mudança tão profunda teria que incorporar novos fonemas e novas formas sintáticas, o que não acontece." Segundo o professor, o sistema lingüístico só admite para a língua o que pode ser articulado de acordo com a estrutura fonológica que lhe é própria, acrescenta.(...)
Termos regionais
Mato Grosso do Sul
Palavras indígenas e vocábulos em guarani (língua oficial do Paraguai) são empregadas amplamente nas regiões de fronteira. Alguns exemplos:
mitacunhã porã – moça bonita
galheta – bolacha
canha – pinga (em Bela Vista)
Em Campo Grande e outros municípios do Mato Grosso do Sul, os regionalismos mais freqüentes foram introduzidos por colonos gaúchos:
trompar – trombar
bolita – bola de gude
mate – chimarrão quente
tereré – chimarrão gelado
pandorga – pipa
vote! – interjeição de repulsa ou espanto (cruzes!)
guaiaca (tupi) – cinto de couro, dotado de bolsas externas, usado pelo boiadeiro
guaipesca (tupi) – cachorro vira-latas
Norte e Nordeste
O uso das vogais abertas, no português falado na Bahia, revela traços conservadores da época do Descobrimento do Brasil, dizem os lingüistas.
baba (BA) – futebol amador, bate-bola, pelada
xexéu (BA) – homem afeminado
macaxeira – mandioca
jerimum – abóbora
laranja-cravo – mexerica, tangerina
baitolo – homossexual masculino
Rio Grande do Sul
gaudério – sinônimo de gaúcho; termo mais amplamente usado no interior
"te abanquetas" – expressão usada para convidar a pessoa a sentar-se
bergamota – mexerica, tangerina
redomão – potro que ainda não foi domado
atucanado – cheio de tarefas, atarefado
amargo – chimarrão
rapariga – termo ainda empregado pelos velhos para designar moça
piá – bebê, ou jovens até 14 anos
chinoca – na zona rural, moça promíscua
guampudo – indivíduo "corno"
mas que tal? – forma de cumprimento em cidades fronteiriças como Uruguaiana, por exemplo
bagaceiro – de mau gosto, "brega"
Pernambuco
fiteiro – qualquer banca de rua. O termo relaciona-se, originalmente, ao vendedor de fitas que circulava pela cidade
então, pronto... – expressão de acordo ou confirmação
é o bicho – expressão de emprego recente, refere-se a algo muito bom ou interessante
fruta – homem afeminado, em Pernambuco
Sergipe
mercadinho – supermercado, hipermercado. "Mercado" refere-se apenas ao Mercado Municipal e, embora os grandes estabelecimentos sejam hoje relativamente bem maiores, eles continuam com o nome no diminutivo.
banca – aulas de reforço particulares ("dá-se banca", "colocar os filhos na banca", "professora de banca")
Maria clara – é a cachaça ("dormir com a Maria Clara", uma alternativa para os solteiros)
cabrunco – vocabulário pesado e grosseiro. O mesmo que o substantivo "peste", nas acepções seguintes: (1) coisa de causar espanto; (2) pessoa ruim.
marchante – galicismo encontrado no Aurélio como "comerciante de carnes, açougueiro" para o Norte e o Nordeste. Mais recentemente, o significado foi ampliado para pequeno comerciante, de qualquer gênero. A imprensa local usa correntemente.
ximango, xibunga, ximbunga – homem afeminado, o mesmo que "bicha" no Rio. Ximbunga pode ser também qualquer coisa de péssima qualidade.
peba (som de é) – Em SE e AL, adjetivo depreciativo, que se aplica a qualquer coisa de péssima qualidade inferior. Entretanto, a popular Praia do Peba é muito bonita... O nome neste caso veio do rio que ali desemboca.
tulha – no interior de Sergipe, monte (de terra, lixo, entulho etc.)
dar uma camada de pau – dar uma grande surra
pegar ou tomar galha – ser traído
é quando o cancão pia... – expressão consagrada por um repórter de rádio sergipano. O cancão é uma espécie de gralha do Sertão. Eqüivale a: diante de fatos ou evidências, a matéria está se complicando, se agravando ou ganhando envergadura.
Palavras de origem tupi
socar – sok
carpir – kopira, copyr (cortar o mato)
cutucar – kutug (espetar)
mingau – mingaú (aquilo que empapa)
coroca (ex.: "velha coroca") – kuruk (resmungar)
tiquinho – tykyra (gota)
peteca – petek (bater com a mão aberta)
chorar as pitangas – pitãg (vermelho); eqüivale a: "chorar lágrimas de sangue".
nhenhenhém – nheeng (falar sem parar)
estar jururu – aruru (tristonho)
Colaboraram: José Roberto G. Rocha (SE), Josué Lima (MS), Rosa Symanski (RS), Éride Moura (N e NE) e José Wolf (PE).Olá a todos,
Estamos, hoje, iniciando as atividades do nosso blog. Este espaço destina-se a divulgação de algumas idéias interessantes a respeito da nossa língua, da nossa cultura e de tudo o que se passa mundo a fora e que, de alguma forma, pode interferir em nosso cotidiano.
Centraremos, pois, nossa atenção nas discussões sobre língua portuguesa e sobre suas infinitas possibilidades.
Esperamos contar com a participação de todos vocês.
O assunto do momento: o acordo ortográfico da língua portuguesa.
Aliás, acho que de todas as inovações sobre o tal acordo aquela que mais tem causado polêmica é a queda do trema. Já tem muita gente por aí dizendo que não vai ficar tranqUIlo se não puder comer uma lingüicinha, ops, digo uma lingGUicinha. E a ciência que estuda os fenômenos da linguagem, a Lingüística, agora será LinGUistica. Parece estranho, né. Mas, faço minhas as palavras de uma aluna, que comentando sobre a queda do trema fez a seguinte reflexão: "daqui a pouco, as pessoas estarão dizendo assim: vocês se lembram quando cinqüenta tinha trema, pois é, essa é do tempo que pharmácia se escrevia com PH."
Sinal dos tempos.